quarta-feira, 4 de abril de 2012

Smack

Uma vez Marilyn Monroe disse que “Hollywood é um lugar onde te pagam mil dólares por um beijo e cinquenta centavos por sua alma”. È de se esperar que seja tão caro já que a cena do beijo sempre é um dos pontos altos dos filmes, um dos momentos mais esperados e muitas vezes um ponto de virada nas histórias. Esses beijos são frequentemente relacionados ao amor dos contos de fadas, como entre Aurora e Felipe no filme “A Bela Adormecida” de 1959 ou entre Branca de Neve e o Príncipe na animação “Branca de Neve” de 1937.



Porém beijos não foram dados e recebidos somente por amor. Um beijo pode ir muito além e muitas vezes representar o oposto disso, como no mais famoso dos beijos da História e que já foi retratado em diversos filmes, o beijo que Judas deu em Jesus. Longe de esse beijo representar amor, ele foi uma demonstração de traição.

Esse tão famoso beijo não pode ser registrado, mas em 1896 o genial Thomas Edison colocou em película o tímido, porém ousado para a época, beijo entre John C. Rice e May Irwin, esse foi o primeiro beijo filmado da história do cinema.



Por muito tempo esses beijos tímidos, sem língua, sem saliva e sem mão boba foi padrão de beijo em Hollywood. Esse modelo redeu até bons filmes como “A Dama e o Vagabundo” de 1955, em que o beijo ocorre sem querer, quase que por acidente entre Lady e Tramp. Já no filme “Meu primeiro beijo” de 1991, Macaulay Caulkin e Anna Chlumsky deram o seu beijinho sob uma árvore longe dos olhos corrompidos dos adultos, motivados mais pela curiosidade do que por algum sentimento ou desejo.



Já se olhamos os beijos movidos pela paixão no cinema, podemos comprovar que esse pequeno ato pode ir além de qualquer regra. A começar pelo clássico da literatura na sua versão para o cinema de 2004, chamado “O Fantasma da Ópera”, no qual Christine quebra todas as barreiras que distanciava o Fantasma com um simples beijo. Quando o assunto é quebrar limites, não podemos deixar de lembrar o filme “Ghost” de 1990, em um beijo memorável entre o fantasma interpretado pelo ator Patrick Swayze e a vivíssima Demi Moore.



Beijos vão muito mais que além da vida e vão além de qualquer determinação social e moral. Em “O segredo de Brokeback Mountain” de 2005 um filme com um beijo entre um rancheiro e um montador de rodeio ganha o Oscar, tão ousado só mesmo no filme “Segundas Intenções” de 1999 com o espetacular beijo entre Sarah Michelle Gellar e Selma Blair que deixou água na boca de muita garota. Porém o beijo gay mais divertido do cinema foi no filme de 2001 “American Pie 2”, em que dois marmanjões tarados mostram o que são capazes de fazer para duas mulheres gostosas se beijarem. O beijo entre Jim e Steve lhe faz parar de beijar só para poder dá gargalhadas no cinema.



Tão impressionantes quantos esses beijos só mesmo o entre Peter Parker e Mary Jane, em um beijo ao contrário dos padrões, no filme “Homem-Aranha” de 2002 ou ainda o beijo solitário e beirando a loucura de Selton Mello e a sua mulher imaginária, no filme de 2009 “A mulher invisível”.

Depois de tantos beijos posso afirmar que um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido, assim de certa forma é um diálogo ou ainda um delicioso truque que a natureza criou para interromper a fala quando as palavras tornam-se supérfluas. Agora, como disse Jimi Hendrix, “Me dá licença que vou beijar o céu”.

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